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terça-feira, 12 de abril de 2011

Reunião do GESAM!!!

Caros seguidores do Grupo de Estudos Em Saúde Mental (GESAM), nos reuniremos no dia 06 de maio corrente ano no auditório do DESPP na UFPB as 9h.
Contamos com sua presença!!!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Informe ENSP - Saúde mental: evento na UFPB reúne alunos e pesquisador da ENSP

Informe ENSP - Saúde mental: evento na UFPB reúne alunos e pesquisador da ENSP

Promovido pelo grupo de estudos em saúde mental da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o evento Diversidade, Cultura e Saúde Mental: outras dimensões para a compreensão da loucura contou com a participação de alunos do Doutorado Interinstitucional (Dinter) de Saúde Pública do Nordeste, coordenado pela pesquisadora Cristina Guilan, também coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da ENSP, e teve como principal conferencista o pesquisador Paulo Amarante (Daps/ENSP/Fiocruz). O evento aconteceu na quarta-feira (15/12), no auditório da Reitoria da UFPB, e reuniu cerca de 350 pessoas.

Também participaram do evento a secretária Municipal de Saúde de João Pessoa, Roseana Meira; o diretor em exercício do Centro de Ciências da Saúde (CCS/UFPB), Reinaldo Almeida; o assessor de graduação do CCS, João Euclides Braga; Leandra Cruz do (LAPS/ENSP/Fiocruz); o vereador Ubirajara; e o coordenador Operacional do Dinter/ENSP/UFPB, Cesar Cavalcanti, além de professores, profissionais de saúde, gestores municipais, usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e alunos de diversos cursos de graduação.

Paulo Amarante, que também coordena o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial (Laps/Daps/ENSP), abordou o conceito de diversidade cultural como aspecto central no processo da Reforma Psiquiátrica, fazendo a articulação de diferentes ações políticas contemporâneas, atores, movimentos sociais e políticas de Estado.



Durante o evento, foram apresentados trabalhos desenvolvidos nos CAPS de todo o estado da Paraíba, sempre protagonizados por usuários do sistema, como Terapias Integrativas; Terapia Comunitária; Consultório de Rua e Terapias Populares. O período da tarde foi reservado à realização de "rodas de trabalho", que discutiram temas como: Trabalho em saúde mental infanto-juvenil; Política nacional de atenção integral aos usuários de drogas; Saúde mental e família; Redes de atenção em saúde mental; Participação popular e controle social; Atenção à crise; Saúde mental e atenção básica; e Direitos humanos e violência.

Para Ana Tereza Medeiros, que presidiu o evento, "iniciativas como essas têm um papel importante no processo da Reforma Psiquiátrica, pois a Reforma como um processo social complexo não se reduz a transformação do modelo assistencial em saúde mental. É necessário demarcar um novo lugar social para a loucura". Para a doutoranda Ana Luiza Castro Gomes, coordenadora das atividades, o evento foi muito positivo e "comprovou que um sonho que se sonha juntos sempre se transforma em realidade".
Fonte: Texto e fotos: Cesar Cavalcanti da Silva

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Diversidade, cultura e saúde mental: novas dimensões para a compreensão da loucura

A sociedade moderna atribuiu à loucura um caráter marginal que teve entre os seus resultados mais criticados, o seqüestro da liberdade e a exclusão social de pessoas com doenças mentais. Esse fato, segundo Basaglia (2008: 17), permitiu uma discussão aprofundada sobre as instituições psiquiátricas, que vão até “os fundamentos culturais da ciência médica”, e, suscitou as propostas de Reforma Psiquiátrica - RP no mundo ocidental, desde o fim da Segunda Guerra.
Os críticos do modelo médico psiquiátrico clássico, a exemplo de Amarante (2005), dirigem suas análises ao enfoque que recorta a doença mental como exclusivo objeto de interesse. O autor apresenta os argumentos da psiquiatria democrática italiana, para quem, na construção da problemática psicopatológica, a psiquiatria desconsiderou o sujeito que vivencia a loucura. Com isso, a instituição psiquiátrica produziu uma série de contradições, pois, além de estabelecer a dicotomia entre doença e a pessoa doente, permitiu o desenvolvimento da cultura do asilo - uma espécie de organização de fábrica, na área dos serviços de saúde, para o controle social dos desvios - situação que fomentou a institucionalização de pessoas e, como corolário, gerou o estigma da doença mental.
A institucionalização da doença e do “doente mental” é o termo empregado por Basaglia (2005:24) para sintetizar o processo de reificação da pessoa asilada, em virtude “do aniquilamento de sua individualidade, causado pelo vazio emocional” decorrente não apenas do estado mórbido, mas, também, pela qualidade das relações sociais estabelecidas com o internado, marcadas por sua condição de tutelado. Essa situação constitui um duplo martírio, visto que o internado vivencia uma experiência de sofrimento e, ao mesmo tempo, é sujeitado àqueles que têm o mandato social para administrar sua doença e sua vida.
 A crítica a essa opressão, ao duplo tormento, e à promessa de cura das doenças mentais, jamais cumprida, desencadeou a crise do paradigma tradicional da psiquiatria e motivou as tentativas de RP no mundo, com os diferentes enfoques/objetivos/sentidos que ela tem assumido, nos diversos contextos sociais. No Brasil, segundo Amarante (2005: 12), a noção basagliana de doença mental e de seu duplo, ou seja, “aquilo que se refere aos comportamentos sociais, mas que não é próprio da condição de estar doente” abriu perspectivas para uma RP transformadora da realidade no país.
 A nova perspectiva implica, entre outras questões, em um novo modo de compreender e de se relacionar com as pessoas, e não apenas com suas doenças. Essa consciência vem sendo construída a partir de lutas iniciadas no bojo do movimento pela Reforma Sanitária brasileira, quando a sociedade organizada reivindicava liberdades democráticas. Naquele contexto, os trabalhadores da saúde mental passaram a defender a desinstitucionalização da doença e da pessoa considerada doente mental, “como algo que transcende a mera transformação de serviços tecnológicos” AMARANTE (2005:12).
Desse modo, a ampliação do objeto de interesse para além da doença, e, sobretudo a preocupação com a experiência de viver, adoecer e morrer, da população que experimenta sofrimento mental constitui o novo eixo orientador da luta pela RP que defendemos. A compreensão sobre essa tendência requer que se considerem as diversas dimensões da realidade, entre as quais Amarante (2001:104-105) ressalta as dimensões: epistemológica, a jurídico-política, a técnico-assistencial e a dimensão sócio-cultural.
Isso significa a necessidade de produção de uma nova cultura que comporte a loucura, não como tolerância, mas, como gesto da aceitação de uma condição inerente ao ser humano, para a qual urge buscar, incansavelmente, respostas técnicas e científicas que não desqualifique ou puna quem já enfrenta limites para compreender o mundo. Esse sentido que a loucura adquire - o de uma realidade humana que faz interseção com os diversos campos do universo da existência - precisa ser cultivado, ou seja, produzido como cultura e assumido não como assistencialismo, mas como direito de cidadania.
Em sentido amplo, a cultura compreende modos de dialogar para produzir os valores que orientam as relações sociais, necessários para a convivência entre os seres humanos. Assim, a loucura precisa encontrar seu espaço de expressão no meio cultural, para ser socializada e para que as novas políticas de saúde mental possam realizar-se na prática, porque se destinam a uma organização social que a aceita em sua complexidade.
 A complexidade da realidade nem sempre pode ser compreendida à luz da lógica formal. Assim, no âmbito cultual, a loucura pode ser compreendida como uma categoria fenomenológica com interfaces no âmbito individual e no social, e, seu enfrentamento implica atitude crítica e interdisciplinar. Desse modo, as mudanças institucionais, como as que se pretendem com uma RP emancipatória, não podem ser apenas marginais, cosméticas, ou pontuais às especificidades técnicas, mas devem atingir os aspectos ideológicos do poder, secularmente empregado pela ciência, por meio das instituições - a exemplo das psiquiátricas – produzidas para o controle social.
Segundo Basaglia (2005), a ideologia médica psiquiátrica tem exercido o controle sobre a consciência popular acerca do que seja a razão e a loucura e tem apresentado a saúde e a doença mental como categorias que equivalem ao “normal e ao patológico”. O autor argumenta que esse discurso distorce a realidade de quem experimenta a loucura e permite muito mais o abandono, a exclusão e o estigma do que o cuidado que visa atender necessidades humanas.
Assim, a efetivação de uma RP emancipada da opressão ideológica implica a produção de outros saberes e estratégias tecnológicas, nos diversos âmbitos da realidade. Nessa perspectiva, as ações técnicas precisam ser orientadas para afirmar a diferença e negar a desigualdade. A nova cultura que abrigar a loucura deve permitir que os novos significados se manifestem em todas as dimensões da vida das pessoas que experimentam a loucura e possam conferir direitos aos novos sujeitos.
 A emancipação dos loucos e da loucura tem sido requerida pelo movimento de luta antimanicomial no país. As conquistas desse movimento social são significativas, contudo, apesar de passados mais de dez anos da aprovação da Lei 10.216/2001, conhecida como  “Lei Nacional da Reforma Psiquiátrica” , e quase oito anos de um governo federal comprometido com as lutas sociais brasileiras, a efetivação de uma RP, que manifeste o sentido da emancipação da opressão ideológica, ainda não se realiza em sua potencialidade.
No estado da Paraíba, apesar de alguns avanços, o processo de transformação ainda se apresenta lento. Uma das premissas da RP é a redução do número de leitos dos hospitais psiquiátricos, no entanto, a conquista dessa meta vem ocorrendo de modo vagaroso, com pouca visibilidade, razão pela qual esperamos contribuir com a discussão sobre a importância da ampliação das conquistas da luta antimanicomial no estado e no país.
O atual contexto político do estado da Paraíba parece favorável às transformações, na área da saúde mental, tendo em vista que o governador recém eleito, quando deputado, foi o autor da Lei Estadual da RP, fato que aumenta as esperanças sobre as possibilidades de o movimento de luta antimanicomial revigorar suas forças, no próximo quadriênio. Nesse sentido, defendemos a dimensão cultural como arena das novas discussões sobre a loucura, em negação à desumanidade que isola, estigmatiza e invisibiliza uma condição peculiar ao ser humano, com repercussão em todas as dimensões da vida de quem a experimenta.
 A cultura é defendida como um conceito que se refere a um processo para criação de espaços de produção de valores e de momentos políticos para fomentar e ampliar o diálogo sobre os limites da liberdade da pessoa que experimenta a loucura, ou seja, um campo alternativo para a resistência à barbárie. Esse enfoque político-cultural, ainda não hegemônico, pode se materializar como um movimento social e um instrumento político em defesa da diferença na diversidade e deve ser objetivado na ação da prática social - como no trabalho das práticas profissionais que realiza a intenção da política pública de saúde mental, sintetizada na categoria Reforma Psiquiátrica. Assim, no sentido de avançar com o movimento pela RP, na Paraíba, defendemos a importância da área da saúde mental aproximar-se da saúde geral e estabelecer relações com outras áreas do conhecimento,  outras políticas públicas e com movimentos sociais libertários e democráticos.
Na construção desse novo paradigma, que nega a exclusão da pessoa com doença mental, é preciso atentar-se para o perigo de se incorrer no que Silva (2003) denominou de Reformismo no modelo tradicional da assistência psiquiátrica. A autora se refere a uma mudança cosmética, que se anuncia como Reforma Psiquiátrica, mas, por não transformar a essência do modelo clássico, somente atualiza-o - mediante um aperfeiçoamento técnico e/ou estrutural - porque não permite a reciprocidade entre os sujeitos envolvidos. Assim reproduz e alimenta, modernizando, a mesma relação no modelo que se afirma pretender mudar.
Esse tipo de mecanismo ideológico na área psiquiátrica foi apresentado por Basaglia (2005:125) como o responsável pela produção de relações metálicas, por acontecer entre instrumentos e não entre pessoas. O autor explica o funcionamento desses mecanismos para o controle social, exemplificando com o mandato social do técnico, que aplica um saber e um poder relacionado com o objeto doença mental, sem possibilidade para o movimento dialético porque só considera um pólo do processo relacional, o profissional de saúde. O outro pólo, o doente, é neutralizado, seqüestrado de sua vida, invisibilizado, desqualificado e desconsiderado pela ideologia médica psiquiátrica clássica.
Portanto, o enfrentamento da problemática apresentada – a efetivação de uma RP emancipatória - implica a produção de condições para o diálogo sobre temas ainda incompreendidos em sua complexidade, a exemplo da loucura, cujas políticas públicas para seu enfrentamento ainda não se realizam satisfatoriamente. Neste momento histórico, com este seminário visamos fomentar o encontro para o diálogo sobre a loucura e suas instituições, criar possibilidades para a emancipação do louco e da loucura e cultivar a individualidade e a singularidade na diversidade, uma vez que pressupomos que o significado da loucura é mais amplo e profundo do que o seu recorte apenas como doença mental.




REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS


BASAGLIA F, O. Saúde e Doença IN: AMARANTE, P. CRUZ, L. B.(Orgs) Saúde mental, formação e crítica. Rio de Janeiro : Laps ENS/FIOCRUZ, 2008.

AMARANTE, P (Org) Franco Basaglia: escritos selecionados em saúde mental e reforma psiquiátrica. Rio de Janeiro: Gramond, 2005.

BASAGLIA, F. A destruição do hospital psiquiátrico como lugar de institucionalização IN: AMARANTE, P. (org) Escritos selecionados em Saúde mental e reforma psiquiátrica. Rio de Janeiro: Gramond, 2005.


AMARANTE, P. Sobre duas posições relacionadas à clinica e à reforma psiquiátrica. IN: QUINET, A. (org) Psicanálise e Psiquiatria – controvérsias e convergências. Rio de Janeiro: Rios Ambiciosos, 2001. p:103-110.


SILVA, A.T.M. A Reforma Psiquiátrica em João Pessoa – PB: limites e possibilidades de transformação do trabalho para produzir saúde mental. 2003. 180f. Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo - USP, São Paulo.

Ana Tereza M. C. Silva[1]
Paulo Amarante[2]
Anna Luiza Castro Gomes[3]
João Euclides Fernandes Braga [4]
Maria do Monte Herculano da Costa [5]
Cesar Cavalcanti da Silva[6]


* Trabalho apresentado no Seminário: Diversidade, Cultura e Saúde Mental – outras dimensões para a compreensão  
    da loucura. Grupo de Estudo em Saúde Mental do DESPP/CCS/UFPB, em 15-12-2010.

1 Professor, Doutor  DESPP/CCS/UFPB.
2 Professor, Doutor ENSP/FIOCRUZ
3 Professor, Doutoranda DINTER- ENSP/FIOCRUZ/UFPB
4 Professor, Doutorando DESPP/CCS/UFPB
5 Professor, Mestre DESPP/CCS/UFPB
6 Professor, Doutor UFPB/DENC/CCS/UFPB







terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Inscrições Encerradas

Gostariamos de Informar que as Inscrições para o Seminário "Diversidade, Cultura e Saúde Mental" estão oficialmente encerradas.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Inscrições ...

Bom, atendendo a uma demana de procura estamos ampliando o número de vagas do nosso evento. Para isso estamos realizando uma lista de espera e confirmação.

PERGUNTAS
Como Faço a minha Inscrição?
Você fará sua inscrição por email. Enviando os dados solicitados da ficha de inscrição.

Quando recebo minha confirmação de inscrição?
Assim que cadastrada na lista de espera você receberá um email da organização do Evento.

INFORMES
Pedimos a todos os interessados que façam sua isncrição na lista de espera e aguarde a confirmação o mais rápido possível. Informamos também que as novas vagas não contarão com o "kit" entregue no evento, mas todas e todos terão direito a certificado e participação em roda temática.

Enfim... Esperamos que todas e todos entendam que dada a limitações físicas ainda teremos um número limite.

Em caso de dúvida entrar em contato ou postar comentário no BLOG.
Att.
Comissão Organizadora
Seminário "Diversidade, Cultura e Saúde Mental: Outras dimensões para a compreensão da Loucura"

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

ABRASME Paraíba


A Associação Brasileira de Saúde Mental - ABRASME está completando, em dezembro de 2010, o seu terceiro ano de criação. Nesse período, pudemos evidenciar um acúmulo de experiências e ações exitosas na direção da construção de um movimento de luta pela consolidação da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Pouco a pouco tecemos uma rede de participantes, em diversos estados e regiões brasileiros, organizada a partir de ABRASMEs locais, que tem sido capaz de identificar problemáticas particulares em saúde mental que acometem os seus vários contextos socioculturais e políticos, buscando encontrar soluções e formas de enfrentamento possíveis para superá-las. Nesse sentido, destacam-se a participação em movimentos locais de defesa dos direitos dos usuários de saúde mental, a participação ativa em eventos culturais e científicos que reposicionam o lugar da loucura na sociedade, o apoio a modalidades de formação de profissionais mais engajados e menos hierarquizados na sua atuação, a organização de congressos que fomentaram debates acerca de temas, como direitos humanos, economia solidária, saúde mental de populações carcerárias, etc., temas absolutamente relevantes para a promoção de uma Reforma mais política, crítica e antimanicomial.

Nesse sentido é preciso unir todos os que lutam pela Reforma Psiquiátrica na Paraíba, num instrumento eficaz, assim fazemos o chamado a todos e todas que estão dispostos a fortalecer e aumentar o Movimento de Luta Antimanicomial na Paraíba a construir a ABRASME-Pb.
Durante o seminário "Diversidade, Cultura e Saúde Mental" iremos convocar todos e todas. Se organizem e Vamos a Luta.
Coletivo Pró ABRASME - Paraíba

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Inscrições Suspensas

Devido ao Grande número de inscrições estamos suspendendo temporariamente as inscrições, estamos estudando a melhor forma de garantir a participação de todos e todas interessados.

Qualquer dúvida entrar em contato.
(83) 99108183